O site cidade.imaginária.org foi concebido como uma plataforma de trabalho do professor (João Bonifácio Serra) com os seus alunos (da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha). Activo desde Setembro de 2007, nele se apresentam (e arquivam) programas, bibliografias, estudos, textos e notas relativos às matérias leccionadas e aos temas em discussão nas diversas unidades curriculares a cargo do professor. Decidiu-se que tal plataforma deveria ser de acesso livre (apenas uma pequena parte do site é reservada), não apenas porque desta forma se facilita o escrutínio da comunidade sobre a docência e a investigação realizada em estabelecimento de ensino superior, mas também porque boa parte das matérias de que se trata neste site podem interessar um público mais alargado. O endereço de contacto com o autor está indicado na barra das páginas deste site.

 
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Gonçalo Byrne:
O que mais se nota quando voas sobre uma cidade são os vazios, as ruas, as tramas... São os sitemas dos espaços entre os objectos que constróem as tais paisagens ligadas ao tempo. Essas paisagens sedimentadas permitem o reconhecimento da cidade: o que é mais e o que é menos antigo. O tempo acaba por ficar impresso.
Álvaro Siza:
O tempo também selecciona... Noto bastante a ansiedade em relação à definição de novos ambientes. A ideia de que as cidades modernas são feias. É uma ideia geral, não é?
Brasília, por exemplo, foi sujeita às críticas mais ferozes pelas mais variadas razões. Passa-se por essa fase porque uma cidade, para se consolidar e ganhar vida própria, precisa de tempo. Recordo-me de ver uma gravura antiga da fundação de Buenos Aires e era um desconsolo... Uma cidade nova horrível que se transformou com o tempo numa cidade maravilhosa, perfeita na sua relação ao longo de um enorme território.
Uma coisa acabada de fazer é sempre uma coisa a que falta muito; a que falta o tempo, as sobreposições, as intervenções.

Gonçalo Byrne, Geografias Vivas. VI Bienal Internacional de Arquitectura de S. Paulo.
Lisboa. Ordem dos Arquitectos, 2006, p. 78